A visão que devemos ter do Natal | O Nascimento do Salvador Até os Confins da Terra

“ Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”
(Isaías 9:6)

Que período maravilhoso! As pessoas se reúnem, trocam presentes, comemoram o Natal, que em muitos lares trata-se apenas do Papai Noel. Mas os cristãos usam esse período e mais especificamente o dia vinte e cinco de dezembro para comemorar o nascimento de Jesus Cristo, uma data escolhida para essa lembrança já que não sabemos a data exata desse acontecimento, que também é conhecido como advento, ou seja, vinda, aparecimento.

Que coisa mais bela, o nascimento de uma criança! E naquele dia foi um acontecimento mais belo ainda, pois sabemos que se tratou de uma providência divina, a criança nascida era o próprio Deus, em carne!  Deus veio visitar o Seu povo! Por isso o texto nos fala que o seu nome seria Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz, e no evangelho de Mateus também proclama essa bendita verdade:

“ Eis que a virgem conceberá e dará á luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus Conosco)”

(Mateus 1:23)

Que evento glorioso!!!

Gostaria, porém, de citar dois textos que são paralelos a Isaias 9.6, que são paralelos ao relato do nascimento de Jesus que encontramos nos evangelhos e que deveríamos sempre trazer a memória nesse período para que possamos ter o cenário completo dessa obra realizada por Deus Pai, ao ter nos dado o seu único Filho.

O primeiro encontramos em 2ª Coríntios 8:9:

Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis.”

Quando olhamos para o Natal, para o nascimento de Cristo, nos enchemos de alegria:  algo de muito bom foi feito ao nosso favor. Deus entrou na história humana por meio de Seu Filho e isso nos favoreceu e na maioria das vezes olhamos somente de nossa perspectiva, ou seja os benefícios que recebemos, e de certa forma deixamos de olhar tendo como foco a perspectiva do Filho, que estava sentado à destra do Deus Pai Todo Poderoso, que estava na Sua glória em uma comunhão triúna, Pai, Filho e Espírito Santo. Aquele pelo qual todas as coisas vieram a existir e sem Ele nada do que foi feito teria sido feito.  E ele pelo versículo citado, SENDO RICO, SE FEZ POBRE, aqui vemos que alguma coisa estava errada com a raça humana, alguma coisa estava errada comigo e com você.

Com o Natal em mente, imaginamos o nascimento do lindo bebezinho, mas não vemos que ali começava a HUMILHAÇÃO do Deus Filho. Ele deixou a Sua glória, Sua majestade e Seu trono de poder e se fez como um de nós; por isso se fez pobre. Aquele que era o criador de todas as coisas, que nos criou, se sujeitou em vir a esse mundo pelo ventre de uma de Suas criaturas, deixar o Seu trono de glória e trocar por uma manjedoura, ser um frágil bebê que poderia ter sido morto pelo ódio do Rei Herodes que se via ameaçado. O ONIPOTENTE, ONISCIENTE, ONIPRESENTE, agora iria ter cansaço, fome, sentir medo, ser tentado e tanto mais.

Um texto que mostra isso de maneira ainda mais dramática para nós está em Filipenses 2:6-8.

“Que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz”

Aqui não se fala de forma direta, mas podemos olhar para esse texto e contemplar o Natal: o Deus Pai envia o Deus Filho, que sendo Deus, não se agarrou a essa sua condição divina, pelo contrário ele se ESVAZIOU.

O Natal também é o ESVAZIAMENTO do Deus Filho, foi a humilhação do VERBO, que se fez carne, e não bastasse se fazer semelhante aos homens ele também se fez SERVO, ou seja, passou a servir aos homens que Ele mesmo criou. Aquele que merecia nossa adoração e foi obediente a essa missão até a morte.  Sua missão era realmente a Sua morte e a pior das mortes, morte de cruz: um escândalo, uma vergonha, uma morte preparada para aqueles que eram os piores entre os homens.

Por que esse drama todo em uma data tão festiva?1  É que precisamos ter em mente que a HUMILHAÇÃO do VERBO foi por um motivo:

Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados”.

(Mateus 1:21)

Ele veio para TE SALVAR, salvar de sua condenação: a morte eterna, “porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23)

Ao comemoramos o Natal, devemos ter esse quadro todo em nossa mente, assim iremos adorar ao Senhor nosso Deus de maneira mais correta e com maior alegria, pois a adoração e o louvor a Deus tem esse misto de tristeza e alegria. Primeiro a tristeza quando somos lembrados de como somos realmente, pecadores e merecedores da ira de Deus.  Jesus não veio para buscar um povo bonzinho e que estava somente confuso, ele veio para resgatar pecadores rebeldes contra o seu criador, veio dar a sua vida por quem merecia castigo, a verdadeira adoração nos leva a esse reconhecimento, nos leva também ao arrependimento e aí sim entramos em um estado de júbilo por tamanha graça, pela salvação vinda sem merecimento algum.

 

Deixou a sua glória para nascer em uma manjedoura, para morrer em uma cruz, mas por sua obediência ao Pai, Ele ressuscitou e em breve, muito breve teremos um segundo natal, um outro advento, quando ele vier em glória para buscar a sua igreja, aí encontraremos com o Senhor nos ares.

 

“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.14)

 

Maranata!