Uma vida de imitação

Lembro-me que na minha infância havia (e ainda hoje deve existir), uma brincadeira muito popular entre as crianças, conhecida como “O mestre mandou”. Tal brincadeira consistia em imitar o que o mestre mandasse ser imitado, ou imita-lo em seus gestos. Era muito divertido e na maioria das vezes imitávamos animais, quase sempre aqueles que fossem mais bizarros e barulhentos.

Quando ficamos adultos deixamos a brincadeira de lado, mas não deixamos a imitação. Por vezes as mulheres se vestem iguais às atrizes do momento, homens copiam os cortes de cabelo dos jogadores de futebol, entre outras mil e uma coisas.

Mas e para o crente, qual deve ser o padrão a ser imitado? Há alguém para ser imitado? O apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios nos deixou a ordem:

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados”.

Efésios 5:1

Há uma ordem dada pelo mestre Paulo aos crentes de Éfeso sejam imitadores de Deus. Mas como tal coisa pode ser possível? No livro de Jó, capítulo 11, versículos 7 e 8, Zofar diz: “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo Poderoso? Como as alturas do céus é a sua sabedoria; que poderás fazer? Mais profunda é ela do que o abismo; que poderás saber?”.

Sabendo que o padrão de Deus é elevado, somente com reverência podemos prosseguir no caminho de sua imitação, sabendo que sim, isso é possível porque:

  • Fomos criados à Sua imagem;
  • Seu Espírito Santo nos capacita e habita em nós;
  • Por sua Graça regeneradora e transformadora nos tornamos Seus filhos, ou seja, Seus IMITADORES.

Mas percebam que a exortação ganha um peso ainda maior quando reparamos no modificativo “amados” , porque também existe semelhança no fato de que justamente o filho que é o objeto do amor é aquele que estará mais ansioso em imitar quem o ama. Paulo então passa a acrescentar mais alguns detalhes no versículo 2: “E ANDAI EM AMOR” (Ef 5:1), ou seja, que o amor em nossas vidas seja a essência, aquilo que no caracterize como cristãos e imitadores de Deus, em nossos pensamentos, palavras e atos. Temos vivido tempos de muita crueldade, de homens e mulheres que se dizem cristãos mas têm suas vidas caracterizadas por pensamentos impuros, palavras belicosas e ações imorais. Na vida cristã como filhos amados devemos imitar o nosso Pai essencialmente no amor.

O Apóstolo Paulo continua: “ASSIM COMO CRISTO VOS AMOU e DEU-SE A SI MESMO POR NÓS” (Ef. 5:2). Aqui não deve escapar à nossa atenção que quando Paulo insta com os leitores a imitarem a Deus, ao mesmo tempo ilustra este amor de Deus dirigindo nossa atenção para o que Cristo fez por nós. Isto seguramente indica não somente que o Pai e o Filho são o mesmo em essência, mas também que quando o Pai faz algo, Ele o faz em conexão com o Filho e que um deles não nos ama menos que o outro. Em seu grande amor Cristo deu-se a si mesmo, submetendo-se voluntariamente a seus inimigos e em consequência a seu Pai. Esta rendição é genuína e não foi imposta; sendo assim, é a este espírito de dar-se sacrificial e voluntariamente que os crentes são instados a imitar, não por correntes religiosas mas em genuíno amor.

Essas são ordens que temos para a imitação como cristãos e suas características, mas e você, a quem tem imitado?

Não perca tempo. Todos os modelos que os homens concebem são passageiros, mas a imitação de Deus é para a vida eterna!