Jesus ou Barrabás?
“Ora, por ocasião da festa, era costume soltar ao povo um dos presos, aquele que eles pedissem.
Marcos 15: 6-8
Havia um, chamado Barrabás, preso com rebeldes, os quais em um tumulto haviam cometido homicídio. Vindo a multidão, começou a pedir que Pilatos lhes fizesse como de costume.”
Antes de chegar a esse momento, Jesus havia sido levado ao julgamento que hoje é considerado o maior erro judiciário da história.
No site da Jusbrasil¹, em uma de suas páginas de ciências criminais encontramos uma lista com todas ilegalidades processuais cometidas , vou citar algumas aqui:
- Prisão uma hora antes da meia-noite, de quinta-feira, em total desrespeito aos costumes e preceitos legais judaicos.
- Não se buscou qualquer testemunha para depor em seu favor.
- Testemunhas falsas, arregimentadas pelo próprio juiz.
- Incompetência do juízo e suspeição dos juízes. Anás não tinha competência para proceder ao interrogatório.
- Interrogatório na residência particular do Sacerdote Caifás, contrário à lei, pois o lugar legítimo para tais atos de processo era o Templo.
Entre outras, que você pode ler acessando o link disponível no final do texto.
Assim Jesus é, por fim, levado diante de Pilatos e somos informados do costume da época que durante a festa da Páscoa um preso era solto. Pilatos propõe então a soltura entre Jesus ou Barrabás e sabemos que a multidão preferiu Barrabás, que havia participado de uma insurreição que acabou com um assassinato, e pediram a crucificação de Jesus.
“E Pilatos lhes respondeu, dizendo: — Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus?
Marcos 15: 9-14
Pois ele bem percebia que era por inveja que os principais sacerdotes lhe haviam entregado Jesus.
Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão no sentido de que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
E Pilatos lhes perguntou: — O que, então, vocês querem que eu faça com este a quem vocês chamam de rei dos judeus?
Eles gritaram: — Crucifique-o!
Mas Pilatos lhes disse: — Que mal fez ele? Porém eles gritavam cada vez mais: — Crucifique-o!”
E se estivéssemos lá?
“Com certeza eu escolheria Jesus para ser solto…”
Mentira! Com certeza também seríamos levados pela multidão e bradaríamos “Solte Barrabás…Crucifique Jesus!!”
O nosso coração corrompido pelo pecado não escolheria a luz, porque éramos das trevas e também faríamos parte dos que pediram a condenação de um inocente. Além disso, hoje sabemos que historicamente tanto os judeus, quanto os gentios, condenaram Jesus porém, teologicamente, nós também fomos culpados por sua condenação, pois ele levou sobre si os nossos pecados quando foi ao madeiro e sua condenação por Deus, o Pai, foi pelos nossos pecados.
Ao mesmo tempo que na história um inocente foi levado ao instrumento de condenação de maior vergonha, a cruz, Deus, o Pai, sacrificava o seu próprio Filho como propiciação dos pecados, a fim de salvar um povo para si. Então, voltando ao nosso texto, temos a conclusão de Pilatos que, sendo omisso preferiu “lavar as mãos”, sabendo que não havia nada que pudesse condenar Jesus e ordenou a sua sentença:
“Então Pilatos, querendo contentar a multidão, lhes soltou Barrabás. E, depois de mandar açoitar Jesus, entregou-o para ser crucificado.”
Marcos 15: 15
Ficamos chocados com essa cena, pois como pode um justo ser condenado e um injusto ser solto!? Isso nunca deveria ter acontecido!! Foi justo a ação realizada? Soltar Barrabás e crucificar Jesus?
Mas veja, de certa maneira, todos nós que estamos em Cristo somos “Barrabás livre”. Para nossa salvação também ocorreu uma troca, sabemos que Jesus morreu em nosso lugar.
Você e eu já éramos condenados porém, ao contrário do julgamento de Jesus, o nosso julgamento é justo. Nosso crime: pecar contra Deus. Para complicar ainda mais, o ofendido é também o juiz e esse juiz também é o seu criador. O veredito: castigo eterno.
Então o Deus trino: Pai, Filho e Espírito Santo no plano da redenção fazem o inusitado, o Deus Filho se voluntaria para sofrer a pena no lugar de suas criaturas caídas. O Pai em comum acordo dá o Seu Filho para essa missão.
Então ocorre a troca, você é posto em liberdade e Jesus é entregue à morte.
Que grandioso é o nosso Deus, lendo o relato dos evangelhos vemos toda oposição sofrida por Jesus, sua rejeição pelos líderes religiosos da época, seu julgamento totalmente injusto que o levou a condenação capital através do método mais terrível da época que era a morte de cruz, mas sabemos que em sua soberania o plano redentor desse Deus Soberano estava se cumprindo. Que maravilhosa graça, que amor que não podemos mensurar.
Finalizo com um outro texto bíblico que retrata essa verdade, que mostra ao mesmo tempo a soberania de Deus e a responsabilidade dos homens:
“De fato, Herodes e Pôncio Pilatos reuniram-se com os gentios com o povo de Israel nesta cidade, para conspirar contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste. Fizeram o que o teu poder e atua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse”
Atos 4: 27-28
¹ Canal Ciências Criminais. Jusbrasil.