O irmão, a irmã e a mãe de Jesus. A família de Deus.

Evangelho segundo Marcos, Capítulo 3: 31-35:

“Então chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficando do lado de fora, mandaram alguém chamá-lo.
Havia muita gente assentada ao seu redor; e lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram”.
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? “, perguntou ele.
Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos!
Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.”

Nos versículos anteriores a essa passagem vemos nosso bendito Salvador sob a acusação dos escribas, que diziam estar ele em aliança com o diabo. Haviam asseverado: “Ele está possesso de Belzebu” e “É pelo maioral dos demônios que expele os demônios”.

Nos versículos que lemos agora percebemos que essa acusação absurda, feita pelos escribas, não foi tudo que Jesus precisou tolerar naquela ocasião. Somos informados também de que: “nisso, chegaram sua mãe e seus irmãos, e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo”. Eles ainda eram incapazes de compreender a beleza e a utilidade da vida que nosso Senhor vivia.

Embora sem dúvida o amassem muito, eles teriam, de bom grado, o persuadido a interromper suas atividades com a finalidade de “poupá-lo”. Não sabiam o que estavam fazendo! Pouco haviam observado ou compreendido das palavras de nosso Senhor quando ele tinha apenas doze anos: “Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lucas 2: 49).

É interessante observarmos a tranquila, mas firme, perseverança de nosso Senhor diante de todos os desencorajamentos. Nenhuma dessas coisas foi capaz de abalá-lo. As caluniosas insinuações de seus adversários e as bem-intencionadas reprimendas de amigos e parentes ignorantes mostraram-se igualmente incapazes de fazê-lo desviar-se de seu curso. Jesus havia voltado o rosto, decididamente, na direção da cruz e da coroa. Ele sabia qual missão viera cumprir neste mundo. Ele tinha um batismo com o qual teria de ser batizado e angustiava-se intimamente enquanto tudo não estivesse terminado (Lucas 12: 50).

Assim deve acontecer com todos os verdadeiros servos de Cristo. Nada, por um momento sequer, deve desviá-los do caminho estreito ou levá-los a parar e olhar atrás. Que eles não deem atenção às maldosas observações dos inimigos! Que não desistam diante de bem-intencionadas, mas errôneas, súplicas de parentes e amigos não convertidos. Pelo contrário, que eles respondam com as palavras de Neemias: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer” (Neemias 6: 3). Que eles declarem: Já tomei a minha cruz e de modo nenhum me desfarei dela!

Com esses versículos devemos aprender uma lição poderosa: a quem Jesus considera seus familiares. Seus familiares são seus discípulos, aqueles que fazem “a vontade de Deus”. Acerca deles, o grande Senhor da Igreja afirma: “Esse é meu irmão, irmã e mãe”.

Quanta riqueza esconde-se nessa simples expressão! Que inesgotável fonte de consolações ela abre para todos os verdadeiros crentes! Quem é capaz de conceber a profundidade do amor de nosso Senhor em relação a Maria, a mãe que o gerou e em cujo colo foi criado? Quem pode calcular a amplitude de seu amor para com seus irmãos segundo a carne, entre os quais ele passou os anos tenros de afeição como os de Jesus? Não obstante, ele disse a respeito de todos os que fazem “a vontade de Deus”, que cada um deles é seu “irmão, irmã e mãe”.

Todos os verdadeiros crentes devem buscar consolo nessas palavras de Jesus. Devem reconhecer que há alguém que os conhece e que os ama, que cuida de suas vidas e os considera membros de sua própria família.

O que importa se eles são pobres neste mundo? Não têm motivo para se sentir envergonhados quando se lembram de que são irmãos e irmãs do Rei do Universo. O que importa se forem perseguidos e maltratados por seus próprios familiares, por causa do cristianismo? Devem lembrar as palavras de Davi e aplicá-las a seu próprio caso:

“Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá”

Salmos 27: 10