A Alegria na Caminhada Cristã
Quem nunca teve um sonho que desejasse ser realidade? Sonhos daqueles que nem filmes ou histórias poderiam reproduzir, e que mesmo que conseguissem não seriam capazes de expressar todo o sentimento de contentamento que tivemos?
Provavelmente você e eu teríamos ao menos uma dúzia de sonhos felizes para compartilhar, mas quase nenhum que se concretizou de verdade, sejamos sinceros. Diferentemente de nós, o povo judeu pode contar algo tão maravilhoso que Deus fez por eles que os deixaram num estado de alegria que poderíamos definir como “sonhando acordado”. Tudo porque Deus os tirou do cativeiro Babilônico e os estava conduzindo de volta para casa, após 70 anos!
E, é a partir desse relato descrito no Salmo 126, que eu quero ver com você, caro leitor, que a alegria na caminhada cristã não é um sonho, mas uma realidade que devemos reconhecer.
O Salmo 126, começa assim:
“Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.”
Salmo 126: 1
Primeiro, a alegria é uma realidade em nossas vidas porque o SENHOR cumpri as suas promessas! Através do livro do profeta Jeremias (Jer. 25: 12 e 29: 10), o profeta Daniel pode entender que o cativeiro do povo de Deus estava para terminar, algo que a geração do salmista contemplou.
Os judeus poderiam atribuir a volta a sua terra natal para as circunstâncias, ao que os Medo-Persas estavam fazendo; mas o povo judeu, assim como o profeta Daniel, entenderam que tudo aquilo que estava acontecendo era maravilhoso demais para ser obra do acaso. Por isso o Salmista usa a palavra “sonho”, como que querendo expressar: isso é inacreditável! Realmente, um povo que estava cativo poderia agora voltar para a terra da promessa, voltar a adorar ao Senhor no templo, ter de volta a liberdade. A alegria deles não poderia ser maior, pois eles viram o SENHOR cumprir a sua Palavra.
Segundo, a alegria na caminhada cristã deve conter sempre gratidão em nossos lábios:
“Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo;”
Salmo 126: 2a
Não havia outra forma daquele povo expressar o que estava sentindo, toda dor sentida naqueles anos de servidão longe de casa, longe do Templo, longe da terra prometida. O povo não pôde conter a alegria e o louvor a Deus. O salmista dá a entender que o júbilo foi extremo, ao ponto de preencher todos os lábios, de deixar todos eles felizes e renovados no SENHOR. Para aquela geração a pior coisa foi o cativeiro, mas agora eles estavam experimentando o melhor.
Terceiro, a alegria na caminhada cristã produz para os de fora e para nós sobre Deus:
“2bentão, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles. 3Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós, por isso, estamos alegres.”
Salmo 126: 2b e 3
Quando os outros povos viram o que Deus tinha feito e a alegria que os judeus estavam experimentando, reconheceram o SENHOR. O teólogo João Calvino comenta que naquele momento um milagre havia acontecido: “ aquele milagre (o retorno dos judeus) era visto até pelos cegos, pois, naquela época, como bem sabemos, os pagãos vagavam em trevas como cegos, não reconhecendo que Deus os iluminava. No entanto, o poder e a operação de Deus foram tão notáveis naquele evento, que eles irromperam em reconhecimento público de que Deus fizera grandes coisas por seu povo”. O texto do Salmista deixa transparecer que com a atitude de reconhecimento das outras nações, não poderiam os judeus deixar de celebrar, e com razão.
Quarto, a alegria na caminhada cristã é a certeza de que os períodos de luta produzem em nós experiência, esperança e louvor ao SENHOR.
“Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.”
Salmo 126: 4-6
Ao que parece o autor desse salmo encerra o cântico fazendo uma reflexão, de que o povo aguardava a restauração por parte do SENHOR e ela veio, e que esperava agora uma restauração completa, que claro viria com restauração da cidade e do Templo. Mas acima de tudo ele encerra com ensinamento de que todas as coisas têm um tempo próprio para acontecer e se encerrar.
De forma análoga podemos entender que a ida dos judeus para a Babilônia era como um tempo de semeadura, penoso, com choro, tristeza e debaixo de muita angústia. Ao passo que quando Deus revelou o tempo do fim daquele cativeiro era como se o tempo da ceifa estivesse chegando e quando de fato chegou o júbilo tomou conta, não havia mais as angústias, choros, ou tristeza – pois a alegria pela restauração do SENHOR produz um tempo extraordinário de colheita em forma de louvor.
Entendimento Devocional: A alegria do Senhor não vem de coisas que podemos ter, ganhar ou de pessoas, mas sim do próprio SENHOR! Pense, caro leitor, seu entendimento de alegria está ligado as bênçãos ou ao SENHOR das Bênçãos?
Aplicação prática: Irmãos, será que temos visto tudo o que o SENHOR tem feito por nós? Ou será que temos murmurado e em nossa caminhada cristã temos só reclamado? Invista um tempo durante essa semana para
1º – Agradecer ao Senhor por tudo o que Ele tem feito em sua vida;
2º – Louvar a Deus por todos esses motivos e;
3º – Firmar um sério compromisso de testemunhar aos incrédulos o que Deus tem feito em sua vida.