A Nossa Comunhão

O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam a respeito do Verbo da vida (pois a vida se manifestou, e nós a temos visto, e testificamos dela, e vos anunciamos esta vida eterna que estava com o Pai e a nós se manifestou); o que temos visto e ouvido, também vô-lo anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco. A nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo.”

1ª João 1:1-4

Esse belo texto da primeira carta do apóstolo João nos mostra os fundamentos de nossa comunhão, qual o foco comum a todos que pertencem a igreja universal.

  • Nossa comunhão é fundamentada em algo real: os apóstolos conheceram e conviveram com Jesus durante seu ministério terreno. Aprenderam com ele, presenciaram seus milagres e muitos sinais que demonstravam sua divindade, apesar de muitos desses serem compreendidos somente após a ressurreição do Mestre. Nessa epístola, João deixa claro o fundamento “palpável”. Eles foram testemunhas oculares de Jesus Cristo e os detalhes sobre o terem ouvido, visto e o apalpado estão relacionados ao Cristo ressurreto, pois esteve com eles por, pelo menos, quarenta dias.
  • Nossa comunhão tem a promessa da vida eterna: Jesus Cristo, na sua ressurreição, mostrou que venceu a morte e propôs a todos os quais confiarem nele que também herdariam a vida eterna. Além disso, o apóstolo aponta para a eternidade do Filho, que estava com o Pai e se manifestou através de sua encarnação, sendo Deus entre os homens.
  • Nossa comunhão é fruto de uma proclamação: O evangelho é um anúncio, uma proclamação, que denuncia o pecado, mostra quem nós somos, revela-nos sobre quem Deus é, principalmente por meio de seus atributos de santidade, amor e justiça e, finamente, aponta para o que Deus fez por meio da pessoa de Cristo, chamando a todos a uma rendição completa para que possam ser salvos. Esse é o cerne de nossa comunhão: pecadores arrependidos resgatados por Cristo.
  • Nossa comunhão é tanto horizontal como vertical: Temos comunhão uns com os outros, pois adoramos ao Único e Verdadeiro Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo. Mas, além disso, temos comunhão com o Pai e com o Filho e fomos unidos ao Senhor. Somos da família de Deus e temos os meios de graça para um relacionamento íntimo com Deus por meio da oração, de sua Palavra e do culto público. Essa comunhão é baseada no amor e somos inundados por essa graça maravilhosa que, quanto mais buscamos, mais recebemos.
  • Nossa comunhão é uma bem-aventurança: Não existe maior alegria, maior satisfação do que saber que fomos alcançados pela graça de Deus. Quando temos um conhecimento sobre nós e vemos de onde o Senhor nos tirou, quando conhecemos ao Pai e contemplamos sua grandeza, seu poder; quando conhecemos a obra realizada por Jesus Cristo ao nosso favor, sendo nós ainda pecadores, não tem como não nos enchermos de alegria. Quando o apóstolo diz que tudo o que escreveu é para que nosso gozo seja completo, é porque não precisamos de nada além dos fundamentos de nossa comunhão para termos plena satisfação durante o curso de nossa vida.

Que possamos valorizar essa comunhão que nos foi proporcionada, que nos tirou da escravidão do pecado, da humilhação e nos tornou dignos ao ponto de sermos chamados de filhos e de fato somos, como lemos na mesma carta: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus; e nós o somos.” (1ª João 3:1)