Um Bom Almoço de Domingo

Que deliciosa é a lembrança que eu tenho dos almoços de domingo na casa dos meus pais. Não porque havia sempre uma variedade infinita de carnes ou acompanhamentos, tampouco pela sobremesa que, às vezes, poderia ser apenas um simples sorvete trazido pelo moço que passava com o carrinho da Nova, portando o seu poderoso apito. O almoço de domingo na casa dos meus pais sempre foi muito bom por conta do cardápio de risadas, brincadeiras, histórias, amor e carinho que possuía. Muito menos pelo o que estava no prato e sempre muito mais por quem estava em volta da mesa.

É dessa forma que a Bíblia nos apresenta a comunhão: uma grande família unida em volta da mesa do seu Pai e Senhor. Gosto dos textos que o livro de Atos nos apresentam sobre esse tema, porque a impressão que tenho ao ler o relato bíblico é de que a comunhão envolvia, todos os dias, aprender, orar e compartilhar (Atos 2:42-47).

O que há de melhor em se falar enquanto estamos juntos em comunhão, do que sobre a Palavra de Deus? Nada, ainda que as últimas notícias sejam atraentes e até as fofocas, o que isso nos acrescenta? Nada, além de nos tirar a possibilidade de aprendermos mais e sermos aperfeiçoados na fé. A atração de uma roda de “fofocas gospel” não pode ser maior que o desejo de conhecer a Cristo.

Ainda na mesa da comunhão daqueles irmãos, estava sempre presente a oração. Quantas batalhas foram vencidas por eles através da “reunião de oração”! O relato do capítulo 4 de Atos é maravilhoso para ilustrarmos quão poderoso momento foi aquele. É por meio da oração que podemos oferecer um dos melhores remédios para as nossas dores, lutas e necessidades. A oração era indispensável para eles, assim como é para nós. Não há nada mais reconfortante do que saber que alguém está orando por nós.

Naqueles dias o texto nos relata que não faltava o partir do pão e, aqui, quero ir mais além do que o simples fato de termos com o que nos alimentar e repartir, porque essas podem ser coisas boas, como um bom almoço de domingo, mas o melhor do partir do pão são as pessoas que estão conosco à mesa. A Igreja de Cristo não pode perder de vista que a comunhão é algo essencial, pois não existe a “Igreja do eu sozinho” ou a “Igreja virtual”, porque, assim como ferro afia o ferro, nós somos moldados à imagem de Cristo todas as vezes em que temos comunhão com os irmãos.

Que a comunhão não seja, para nós, uma doce lembrança de um tempo que não voltará mais, mas, sim, uma realidade transformadora.