Igreja – Expressão de Comunhão
“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.”
Hebreus 10:25
“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns,…”
Como vemos no versículo inicial desse artigo, na versão da NVI, a colocação do autor bíblico era para que a comunidade para qual escreveu, que identificamos como os “hebreus” não deixasse de se reunir como igreja ou como em outras versões, não deixasse de congregar e completa que isso era costume de alguns, o que está implícito que era reprovável. Eles estavam sendo perseguidos e tendo sua nova fé em Jesus Cristo ser provocada em contraste com o judaísmo e isso não era para ser motivo de não se reunirem.
A palavra “ekklesia” que costumeiramente colocamos como sendo “chamados para fora”, quer dizer no contexto do novo testamento como “assembleia/reunião” e isso não tem como acontecer individualmente.
Um movimento que tem crescido muito no cenário evangélico são os “desigrejados”, os quais em sua maioria dizem ser contra a igreja como instituição, reduzindo seu significado ao “a igreja somos nós”.
Na realidade brasileira podemos classificar as pessoas com esse perfil em três níveis, pelo menos:
Simpatizantes: são as pessoas que podemos chamar de “crentes nominais”, que se perguntarem sobre sua fé ou religião, responde que é evangélico, porém não teve um encontro pessoal com Jesus Cristo, não tem um local de comunhão, aparece raramente a uma igreja, dando essa afirmação somente por conveniência, ou seja, não nasceu de novo, precisa ser alcançado pelo evangelho;
Complexo de superioridade: Por se sentir superior aos outros não quer ser pastoreado e diz amar o noivo, mas odeiam a noiva;
Feridos: estes faziam parte de uma igreja local, muitos tiveram um encontro pessoal com Cristo, porém por conta de ensinos teológicos errados, decepção com líderes, entraves com outros irmãos, entre outros motivos, chegaram a conclusão de que é melhor caminhar sozinho. Esses se esqueceram que a igreja aqui é formada por pecadores que estão caminhando rumo a estatura de Cristo, assim não são perfeitos. No caso de desvio teológico não se deve desistir da igreja, mas buscar uma outra comunidade onde Cristo e o evangelho é o centro. Agora quanto ao convívio com outros irmãos, devemos aprender a conviver com as diferenças e crescer juntos, pois aquele que pensa que vai encontrar uma comunidade onde tudo esteja perfeito nesse sentido realmente não encontrará esse lugar.
“…mas encorajemo-nos uns aos outros,…”
A igreja é o corpo de Cristo, nela os diferentes membros executam suas tarefas, sob a autoridade do cabeça, que é Cristo (conf. 1ª Co.12: 14-22) e veja também o que o apóstolo Paulo escreve na epístola aos Romanos nessa mesma linha : “Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros tem a mesma operação. Assim nós, que somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” (Romanos 12: 4-5). Na igreja é que podemos desenvolver os dons que o Espírito Santo concede para o benefício um dos outros.
Na igreja podemos exercer o amor e a misericórdia de Cristo “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (Colossenses 3: 13).
Devemos nos reunir como igreja e encorajar uns aos outros para permanecermos juntos em comunhão e se isso já era de vital importância na igreja primitiva ainda mais agora, pois o autor escreve que essa unidade na diversidade teria uma escala de importância conforme se aproxima a vinda do Senhor.
“…ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.”
A igreja é a maior expressão de comunhão e podemos hoje experimentar o que viveremos na eternidade, quando estaremos todos reunidos em adoração diante do trono e do Cordeiro.